quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Agora, sobre o Invictus, novo filme do Clint Eastwood.
MIJULGAO, mas eu não sabia que era uma história real até aparecerem cenas da história verdadeira no final do filme. HYS.
Eu tenho uma admiração inabalável pelo Mandela (ah, cê jura?). Para mim, o fato desse senhor ter ficado 27 anos preso -minha vida mais dois anos! - por uma causa e ter saído de lá sereno e pronto para lutar pela democracia faz dele uma das figuras mais incríveis de toda a História.
E o filme mostra que ele tinha um grande senso de oportunidade, e viu no rugby e na Copa do Mundo de rugby uma ferramenta em potencial para formar as bases da reconciliação sul-africana e da transformação daquele país em uma sociedade multirracial de verdade.
Eu já li críticas que dizem que o filme exagerou na dose, como se aquela questão fosse a mais importante para o Mandela, a ponto de que ele abandonasse reuniões e grandes compromissos para acompanhar a Copa do Mundo. DUH. Isso é o que eu chamo de crítica idiota.
O filme conta a história do envolvimento do Mandela nesse lance do rugby e tal. O que ele deveria mostrar, encontros do Mandela com o Papa? Negociações comerciais? É claro que o Clint Eastwood deu uma exagerada para tornar o filme mais interessante. Aliás, ficou bem legal essa construção do Mandela, que em algumas cenas se mostra interessado no rugby apenas como esporte, sendo questionado por sua assessora se o rugby ainda era um "assunto político" para ele.
Uma crítica que eu faço ao filme é que em alguns momentos fica parecendo que o Mandela só abria a boca para fazer declarações bombásticas e poéticas. Uma coisa meio teatro, sabe? Mas esse clima acaba sendo compensado pelos momentos Mandela-fã-de-rugby e Mandela-humano-em-crise-com-a-família. De todo modo, eu acho que retratar o Mandela e não exacerbar as virtudes dele como líder político - e como ser humano..! - é meio que impossível. O cara é foda.
Eu quero saber melhor como isso aconteceu na realidade. Mas o que o filme mostra é que a ousadia do Mandela como líder de um país que acabava de sair do Apartheid, e os ideais do Mandela como um cara que ficou VINTE E SETE ANOS PRESO por acreditar que poderia existir uma democracia racial, fizeram com que o rugby aglutinasse a população sul-africana em torno de um elemento comum. E a maior genialidade da história toda é que se tratava de um elemento extremamente improvável, um esporte que era até então o símbolo da própria segregação racial.
Exageros à parte - incluindo os looooooooooooongos minutos de rugby -, o filme conta uma história que merece ser contada e recontada. Não é só o Nelson Mandela e tudo que ele representa, mas a inteligência política dele também.

Um comentário:

123 de oliveira 4 disse...

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